Um dos
conceitos menos fáceis de aceitar e mesmo compreender e aquele que porventura
causa maior sofrimento, é o conceito do desapego, quer nas relações pessoais
quer em relação às coisas e situações.
Nesta
primeira crónica vou abordar o tema da importância do desapego enquanto
encarnados e na crónica seguinte, a importância do desapego agora no plano
espiritual, se o assunto lhe interessa fique por aí.
Em
primeiro lugar convém referir que todo este conceito de apego que aceitamos,
deriva em grande medida do facto de nos ter sido incutido desde que nascemos através
de todos os ensinamentos que tivemos, que para sermos felizes nas basta
usarmos, temos de ter na nossa posse, só para nós e cada vez mais.
Por
isso ouvimos expressões como: ‘o meu marido/a minha esposa’, ‘os meus filhos’, ‘o
meu carro’, ‘a minha casa’ e muito mais, ou seja, ligamos o conceito de posse
ao conceito de felicidade e se não temos esta posse é sinal de fraqueza e de
falta de interesse, mas tudo isto é precisamente o contrário do desapego, como
vou tentar explicar nesta crónica e na seguinte.
Em
virtude desta associação que nos levaram a fazer que só seremos felizes se
tivermos só para nós, também nas relações humanas e objetos, muitas pessoas
justificam esse apego em relação às pessoas, por um suposto amor, do tipo, se
eu quero bem, eu tenho de ter sempre comigo essa pessoa.
O
grande problema não está de forma alguma em estar junto da pessoa que se gosta,
isso até é bom, o problema está em ‘tenho de ter sempre essa pessoa comigo’,
esta exigência, isto sim é que é apego.
Se eu
em vez de ‘eu tenho de ter sempre’ for substituído por ‘eu gosto de ter sempre’,
já não implica uma relação de apego, ou seja, quando ‘eu quero e gosto’, aceito
a vontade do outro de também não querer e de não gostar.
Quando
se gosta de alguém não podemos fazer depender, quer o nosso bem-estar, quer o
bem-estar do outro, de termos esse outro sempre ao pé de nós, na nossa
presença, isto sim é apego.
E este
apego por muitos pessoas justificado no tal suposto bem-querer do outro, ou
mesmo amor que dizem sentir, se repararmos bem, visa antes de tudo o bem-querer
mas de si mesmo.
Muita
gente, se calhar de forma mais inconsciente, tem a noção que o desapego é
sinónimo de largar, de não se importar, mas é precisamente o contrário,
desapego não significa de modo algum que as pessoas, teem de estar separadas, que
não se interessam pelo bem-estar uma pela outra, ou que deixam de gostar um do
outro, antes pelo contrário, desapego pode significar proximidade, pode
significar estar a viver junto dessa pessoa, pode significar estar perto, pode
significar ter projetos comuns e muito mais.
Ter uma relação amorosa com desapego é um desafio que se calhar poucos conseguem conceber, mas não porque tenham menos capacidade do que os outros, mas antes como disse atrás, pelos ensinamentos que lhes foram transmitidos e que continuam a ser passados, nomeadamente pelos meios de comunicação social, que incentivam o consumo e a posse desenfreada de pessoas e coisas, associando tudo isto a felicidade, no entanto tudo isto como mais tarde vai ser descoberto por cada um de nós é pura ilusão, que nos foi vendida por alguns materialistas que à custa da sua ganância materialista não teem pejo em incutir esta falsas crenças na mente das pessoas apenas para proveito próprio.
Ter uma relação amorosa com desapego é um desafio que se calhar poucos conseguem conceber, mas não porque tenham menos capacidade do que os outros, mas antes como disse atrás, pelos ensinamentos que lhes foram transmitidos e que continuam a ser passados, nomeadamente pelos meios de comunicação social, que incentivam o consumo e a posse desenfreada de pessoas e coisas, associando tudo isto a felicidade, no entanto tudo isto como mais tarde vai ser descoberto por cada um de nós é pura ilusão, que nos foi vendida por alguns materialistas que à custa da sua ganância materialista não teem pejo em incutir esta falsas crenças na mente das pessoas apenas para proveito próprio.
Por
muito que nos custe a acreditar como acabei de referir temos sido manipulados
por longo tempo de forma quase inconsciente por alguns que daí tiram grandes
dividendos, não só a nível monetário, mas também a nível espiritual, para que
esta nossa sociedade, seja uma sociedade doente, a nível físico, mental e
espiritual.
Já
reparou que uma sociedade de pessoas saudáveis e de bem com a vida, não dá
lucro a essas pessoas? Só uma sociedade de pessoas doentes é lucrativa
materialmente, mas tudo isto só se vai manter enquanto cada um de nós não tomar
consciência de tudo isto e comece a mudar.
Em
resumo, podemos, pois, dizer que amar com desapego é uma arte e é a maior prova
de amor que podemos dar a quem amamos e a quem gostamos de ver bem.
Por
hoje é tudo, fica por aqui o tema do desapego no mundo material e como ele é
importante, espero que tenha conseguido esclarecer alguns mitos que são associados
ao desapego, que de forma alguma significam a afastamento, desinteresse, etc.,
pois desapego é precisamente o oposto, desapego é bem-querer, só que todo este
bem-querer é manifestado independentemente da pessoa estar mais ou menos perto
de nós. Na próxima crónica a importância do desapego mas agora no plano
espiritual, despeço de todos da forma habitual e desejo tudo de bom.